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Convivência desafiadora no Parque Novo Mundo

Alternando casas e empresas, sobretudo de transporte, põe à prova dificuldade da relação entre moradores e trabalhadores

O Parque Novo Mundo é caracterizado por ser um local com grande quantidade de empresas. Com diversos tipos de serviços, destacam-se empresas como: transportadoras, fábricas de reciclagem, oficinas mecânicas, lava-rápidos, lanchonetes e bares. Ocorre assim, a convivência dessas empresas em um mesmo espaço de residências.

Os prédios comerciais são fontes de empregos para muitos moradores das regiões próximas, principalmente das áreas periféricas com grande contingente de pessoas que buscam por empregos sem tantas especializações, conforme os serviços disponíveis no bairro.

Porém, há também o outro lado da moeda. Para quem mora na região, dividir espaço com empresas de atividades intensas, exige uma adaptação quanto aos efeitos ocasionados. Ruídos intensos e longos, poluição e disputa por vagas de estacionamento, são algumas das principais características dessa realidade.

Casas e empresas dividem espaço no Parque Novo Mundo; 
foto: Gervasio Henrique
A Rua Soldado Cristóvão Morais Garcia, localizada a duas quadras da Praça Novo Mundo, lugar marcante da parte baixa do Parque Novo Mundo, é um símbolo do bairro e sua relação com as empresas.
 
Com extensão de aproximadamente um quilômetro, a rua conta com mais de 20 empresas, sobretudo transportadoras e oficinas, alternando-se entre casas. Com essa realidade, a convivência harmoniosa passa a ser um desafio, tendo em vista circunstâncias distintas de atividades, de quem se está no trabalho e no seu lar.

Cena comum de movimentação na rua Soldado Cristóvão Morais Garcia;
foto: Gervasio Henrique
Para William Ferreira, auxiliar administrativo de uma transportadora localizada na Morais Garcia, uma relação de paz e bom-senso entre os dois lados é plenamente possível com o respeito mútuo que existe entre os envolvidos. 

"O fato de ter empresas ao lado de moradias é bem tranquilo. Temos até uma convivência boa com os vizinhos. Nunca tivemos nenhum tipo de desafeto com ninguém. O máximo que pedem é para puxar os caminhões um pouco para frente, mas nada demais", diz.

William, natural do bairro, mudou-se recentemente para Guarulhos e garante que em seu ciclo de convivência na região nunca se deparou com moradores insatisfeitos pela grande movimentação das empresas, principalmente em dias da semana. 

No entanto, para os moradores que vivem nessa região, nem sempre esse cenário é dos mais agradáveis. Muitos reclamam dos transtornos causados pelas ações das firmas, como odores e caminhões estacionados na frente de suas casas, principalmente nos horários comerciais.

À esquerda, empresa de reciclagem, à direita, casa de Nilda;
foto: Gervasio Henrique 

É o caso de Nilda, dona de casa que cuida de dois filhos pequenos e se incomoda com o cenário.
Segundo ela, "é horrível, muito barulho, as crianças têm medo de brincar aqui fora e não podem dormir até tarde já que não estão indo para a escola. Moro aqui há quatro meses e já estamos pensando em cancelar o contrato de um ano e meio"

Nilda mora ao lado de uma empresa de reciclagem e alega ainda que, com muita frequência, estacionam caminhões na frente de sua garagem. ‘’Por sorte’’, o marido dela chega tarde do emprego e não tem sua vaga impedida.


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